Ao tomar conhecimento de que no domingo passado cinco templos cristãos foram alvo de atentados terroristas no Iraque, deixando o saldo de pelo menos dez pessoas mortas e inúmeras feridas, o secretário geral do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Samuel Kobia, disse que essas ações minam os esforços de reconstruir o país como uma sociedade democrática, na qual todas as comunidades religiosas possam viver em harmonia.

Após expressar grande consternação por tais atos terroristas, o reverendo Kobia recordou que, durante muitos anos, o CMI tem trabalhado na promoção do diálogo entre muçulmanos e cristãos, religiões que durante muito tempo viveram em pacífica coexistência no Oriente Médio.

Agregou que o CMI está na vanguarda dos esforços ecumênicos a favor da paz no Iraque e condenou a intervenção militar dos Estados Unidos naquele país. O CMI e as igrejas membros apoiaram ativamente o trabalho humanitário realizado no Iraque desde o início do conflito.

Energicamente condenamos qualquer forma de violência dirigida contra as comunidades religiosas ou contra qualquer grupo de pessoas que pretendam introduzir a inimizade religiosa nesse conflito, afirmou o secretário geral do CMI.

Kobia enviou carta pastoral às igrejas iraquianas expressando solidariedade com todo o povo do país nesses momentos críticos e turbulentos, e assegurou-lhes que todos os cristãos oram por elas.

Do Cairo, a secretária do CMI para o Oriente Médio, Lina Moukheibar, sublinhou que é a primeira vez que igrejas cristãs do Iraque são vítimas de atos terroristas. Temos presente que a escalada de violência no Iraque tem afetado a milhares de pessoas, tanto muçulmanas como cristãs, e expressamos nossa solidariedade com todas as vítimas, anotou.

Segundo as informações, os atentados com carros-bomba ocorreram no domingo, enquanto eram celebrados cultos em três templos cristãos, num seminário católico de Bagdá e nas proximidades de templo ortodoxo de rito caldeu. Em Mosul, ao norte do Iraque, dois carros bomba explodiram simultaneamente em frente a uma igreja.