Uma Bíblia e outros materiais cristãos que foram queimados por quatro muçulmanos na região de Tibba Shomali, no distrito de Multan, levaram mais de 1.500 cristãos a realizarem um protesto contra o incidente, que ocorreu na noite de terça-feira, 4 de abril.

Quatro homens foram surpreendidos no momento em que queimavam uma Bíblia, calendários com ilustrações de Jesus Cristo e outros folhetos cristãos, segundo reportagem do "Daily Times" paquistanês.

"Pegamos quatro pessoas - Hafiz Islam, Hafiz Abid, Rana Abdul Ghaffar e Rana Abdul Jabbar - queimando nosso livro sagrado e nossa literatura junto a monte de lixo na terça-feira à noite", disse AD Sahil, presidente da Associação de Escritores Cristãos do Paquistão.

Nazim Shamoon, conselheiro de outra entidade (Union Council Naib), declarou ao jornal: "Dois capítulos da Bíblia, calendários que mostravam Jesus Cristo e folhetos com mensagens religiosas foram reduzidos a cinzas".

O conselheiro acrescentou que alguns cristãos tentaram agredir os acusados, mas os anciãos intervieram para salvar os muçulmanos.

Segundo a reportagem, um ex-conselheiro do distrito condenou o incidente, mas pediu que os cristãos da região não buscassem fazer justiça com as próprias mãos.

O pastor protestante Nathaniel Barkat, que teve sua igreja atacada por um grupo de pessoas não-identificadas no dia 30 de março, apelou, no dia 2 de abril, para que a polícia providenciasse segurança para os cristãos que residem na região. Os acusados envolvidos nesse incidente continuam foragidos.

Cinco igrejas foram atacadas no Paquistão no período de dois meses. Esse novo episódio de queima de Bíblia opõe-se à recente declaração do ministro Raja Basharat de que existe completa harmonia entre muçulmanos e cristãos na província de Punjab.