Nos últimos dias, o exército nigeriano libertou mais de 100 prisioneiros do Boko Haram, de um acampamento no Estado de Borno, de acordo com as informações da especialista em saúde, Gerida Birukila, da Unicef : “É terrível ver como eles estão  fracos e exaustos. Quando cheguei, vi um grupo de mulheres e crianças, todos deitados, em silêncio, no chão de uma grande barraca, eles estavam tão doentes que mal conseguiam se mover”.

Segundo a especialista, há muitas crianças que vivem no acampamento, e embora não estejam detidas pelo grupo extremista, elas estão praticamente “jogadas”, e totalmente sem energia. “Uma menina de cerca de sete anos, muito magra, estava totalmente imóvel, sob o olhar atento de sua avó, que estava ali sentada. Fiquei emocionada quando a menina sussurrou em meu ouvido, dizendo que estava ansiosa para ir à escola. O médico que estava tratando da menina, garantiu para mim e para avó dela, que com o tratamento ela iria recuperar as forças”, diz Gerida.

Muitas mulheres querem contar seus testemunhos. *Aisha, uma das resgatadas, estava com seus três filhos, e comentou sobre seus parentes que foram mortos e feridos durante os combates. Ela disse: “Foi difícil de acreditar que estávamos livres. No início, quando vimos os militares nigerianos, corremos porque pensamos que eram os homens do Boko Haram, em seguida, eles nos convenceram de que estavam tentando nos resgatar. Então entramos em seus carros e agora estamos em Maiduguri, graças a Deus, seguros”.

Apesar de tanto sofrimento, os resgatados conseguem sorrir, simplesmente por estarem vivos. “Muitos conseguem reencontrar alguns de seus familiares, depois de um longo tempo, as crianças agora estão recebendo vacinação na tenda da Unicef, embora não muito animadas para isso, mas elas precisam de proteção contra doenças. Há também tratamentos médicos para lesões e para desnutrição, além de água limpa e local seguro. Em breve, muitas crianças poderão ir à escola, e a Unicef também irá fornecer apoio psicossocial”, finaliza Gerida.