O processo de um egípcio ex-muçulmano de mudar legalmente o status religioso de seu documento de identidade foi retardado em 6 de janeiro, quando o juiz pediu para que os guardas retirassem do tribunal o advogado do cristão.
O advogado Nabil Ghobreyal foi expulso do Tribunal Administrativo do Cairo, após uma calorosa discussão com o juiz Mohammad Ahmad Atyia.
A discussão começou depois que o juiz Mohammad se recusou a reconhecer a existência de documentos legais detalhando a vitória legal de um muçulmano que se converteu à fé baha’i.
Nabil havia planejado apresentar ao tribunal documentos sobre essa decisão para suportar seus argumentos.
O ex-muçulmano defendido por Nabil, Maher Ahmad El-Mo’otahssem Bellah El-Gohary, apresentou seu pedido de alteração do status religioso em seu documento em agosto de 2008. Depois de Muhammad Hegazy, Maher é o segundo cristão egípcio ex-muçulmano a pedir tal mudança.
Veja mais sobre o caso de Maher.
Maher converteu-se com pouco mais de 20 anos. Agora, com 56, ele decidiu mudar legalmente sua religião, preocupando-se com os efeitos que o “cristianismo não-oficial” que professa exerce sobre sua família.
Ele disse estar particularmente preocupado com sua filha Diná Maher Ahmad Mo’otahssem, 14 anos. Apesar de ter sido criada como cristã, quando completar 16 anos, Diná receberá um documento de identidade afirmando sua religião como islâmica, a menos que o apelo de seu pai seja bem-sucedido.
Na escola, Diná não pode freqüentar as aulas de educação cristã, oferecidas à minoria cristã egípcia, sendo forçada a freqüentar as aulas de islamismo. A religião é parte obrigatória do currículo estudantil egípcio.
Maher também declarou que seu sobrinho não pode ocupar um cargo em uma agência de segurança do Estado devido à “dupla” vida religiosa de seu tio.
“Por que minha família deve pagar por minhas escolhas?” disse Maher em um depoimento para a agência Free Copts.
Não foi marcada nenhuma data para a retomada do processo no tribunal. Devido à discussão entre o juiz Mohammad e o advogado de Maher, o caso será julgado por outro juiz.
O advogado Nabil disse que pretende prestar uma queixa no tribunal administrativo, pedindo sejam investigados sua expulsão do tribunal bem como o juiz Mohammad.
“Estou disposto a continuar a briga”, Nabil declarou ao Compass por meio de um tradutor, dizendo que continua esperançoso quanto a um resultado positivo.
Apesar de ter uma Constituição que garante liberdade religiosa, nunca foi aprovada a conversão legal do islamismo a outra crença.
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