Uma das orientações mais sólidas de Jesus Cristo aos seus discípulos foi sobre a necessidade de pregar o Evangelho. A conhecida “Grande Comissão”, por exemplo, descrita no livro de Mateus 28: 18-20, nos trás esse conceito de forma explícita. Apesar disso, segundo o teólogo e escritor pentecostal Gutierres Siqueira, às igrejas estão deixando cada vez mais de evangelizar.

Siqueira explica que parte disso é porque muitos da nova geração perderam a noção de identidade teológica, se fastando das raízes que alicerçaram a igreja evangélica, em particular a Assembleia de Deus, no mundo.

“É essencial que o jovem dessa nova geração assembleiana seja muito diligente em buscar sua identidade teológica”, disse o autor, em uma entrevista para a TV CPAD, no programa Geração JC.

“Não estou falando de identidade de costumes, tradições, pois isso tudo passa, muda de região para região. Mas a identidade teológica, somos pentecostais…e precisamos como jovens assumir essa responsabilidade”, destaca Siqueira.

Siqueira também explicou que o pentecostalismo, segundo a Bíblia, possui um propósito específico, que é o revestimento espiritual para testemunho do Evangelho de Cristo. Ele sugere que essa compreensão se perdeu um pouco, fazendo com que muitos apenas busquem o “poder pelo poder”.

“A Bíblia trata esse tema, especialmente em Lucas, tanto no Evangelho como no livro de Atos no sentido de revestimento de poder para testemunho…não é apenas para uma experiência sensorial, mística, nada disso. É justamente para que eu tenha uma ferramenta vinda do alto, uma coragem que não é minha de testemunhar do Evangelho”, disse ele.

Como consequência, a vida baseada na experiência religiosa interna, voltada apenas para si mesmo, resulta na diminuição do evangelismo. “Há igrejas que tem seis meses que não produzem um evangelismo numa praça, nada!”, disse o autor, que termina ressaltando a necessidade das igrejas pentecostais voltarem às suas raízes.

“Se a gente voltar a essa raiz pentecostal de enfatizar ‘eu preciso buscar o poder do alto’, não o poder pelo poder, mas o poder para testemunhar do Evangelho, a gente vai voltar a ser uma igreja mais crescente, mais dinâmica, como a gente sempre foi na nossa história”, conclui.