Campanha pró-aborto questiona nascimento de Jesus
Atores globais gravam campanha polêmica
“Falar de gravidez é um tabu. Vem desde nossa senhora, que engravidou virgem”, dizem os atores. “E se não quiser um filho? Não pode abortar. ‘Vadia, se não quer ter filho, feche as pernas’. Toda mulher é dona do seu corpo, faz com ele o que quiser. Meu corpo, minhas regras. Nada é fácil aqui: ser mãe, não ser mãe”.
Este é um trecho do texto dito por atores globais como parte do lançamento do filme “Olmo e A Gaivota”, que recebeu o prêmio de Melhor Documentário do Júri Oficial do Festival do Rio.
Lançado nas redes sociais nesta terça (3), o material tem a participação de atores como Julia Lemmertz, Bruna Linsmeyer, Alexandre Borges e Bárbara Paz. Todos são conhecidos por suas atuações em novelas da Rede Globo.
O discurso abortista é conhecido, pede que no Brasil valham as mesmas leis de países que legalizaram a prática, como França, Estados Unidos e Cuba.
A diretora do filme, Petra Costa fez um discurso polêmico, advogando que “toda a mulher tenha soberania total sobre o próprio corpo”. Essas palavras, ditas na entrega do prêmio no Festival do Rio, são a base do vídeo que em poucas horas despertou a ira de milhares de pessoas nas redes.
Parte do discurso do vídeo de dois minutos e meio, que tem homens vestidos de mulher “interpretando” grávidas, questiona o relato bíblico sobre o nascimento de Jesus. Afirma que Maria não era virgem e que seria um “erro” de tradução. Com isso, deixam claro que sua postura não é apenas “libertária”, mas segue outros preceitos marxistas, que sobretudo atacam a ideia de que existe um Deus para prestar-se contas, portanto cada um pode fazer o que bem entender. Esse é o sentido do chavão “meu corpo, minhas regras”.
Existe um “vídeo resposta”, que analisa a estratégia do comercial abortista. Surgiram campanhas lançadas pelo Facebook pedindo “boicote” a qualquer produção em que esses atores participem. Lembram ainda que são os mesmos que pedem doações para o Criança Esperança na Rede Globo.
Recentemente, o país tem assistido uma série de manifestações contrárias ao projeto de lei (PL) 5.069/13, que criminaliza o “induzimento, instigação ou auxílio ao aborto”. No último sábado, feministas fizeram passeatas em diversas cidades e em São Paulo fizeram pichações na Catedral da Sé.
Não por coincidência, todo esse movimento nas ruas e na internet envolve o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Ele é o autor do projeto que estabelece penas específicas para pessoas que induzirem ou orientarem gestantes ao aborto. Prevê também agravamento de pena para profissionais da saúde. Após ter passado na Comissão de Constituição e Justiça precisa ser votado pelo plenário.
O movimento pela legalização do aborto no Brasil segue a cartilha ideológica dos partidos de esquerda, que dão sustentação a Dilma. Desde seu primeiro mandato essa sempre foi uma questão “em pauta”, já que a presidente se declarou favorável à legalização. Embora envolvido em vária denúncias, Cunha ainda é o maior opositor ao petismo na Câmara dos Deputados e tem o poder de “acatar” ou não os diferentes pedidos de impeachment da presidente.
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